Escravos do Mundo Livre

Esteta ou Asceta? Nada disso, no fundo: Divagações de um pateta...

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Da tristeza de se reconhecer no espelho

...usava aquele sorriso irônico e gasto como resposta ao universo, considerando a impotência como uma forma de superioridade, e o vazio como virtude.

Pag. 295 - A revolta de Atlas

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

"o personagem que pressente a inautenticidade do mundo onde ele se encontra. Aquele que demonstra desdém aos papéis sociais, padrões, modelos de felicidade. É um melancólico. Pretende se reconhecer no submundo, nas ruínas, em todos os lugares que estão acabando, no erro, no suicídio, na morte."
"aquele que mantém uma relação de estranhamento e mal-estar onde vive, sentindo-se como um estrangeiro na sua própria família, trabalho ou sociedade."
http://cinegnose.blogspot.com.br/2013/07/os-mortos-sao-comunidade-que-nos-espera.html 

Não posso dizer que voltei, porque não fui pra lugar nenhum, ou fui a vários sem sair do mesmo eu. Continuo na lona, quase um ectoplasma e prisioneiro nessa zona fantasma. Coincidentemente há conexões com zumbis, les revenants (filme que assisti domingo) e aparentemente com essa ideia de estrangeiro.


"os falecidos do diretor francês acabam fazendo mais jus do que os seus antecessores ao termo “mortos-vivos”, uma vez que surgem de volta à realidade sem a autenticidade da identidade que tiveram em sua primeira existência: retornadas, estas pessoas mostram-se como cópias de si mesmas, do que foram, que só mantém uma rotina de comportamento recorrendo aos poucos registros na memória dos afazeres que mantinham enquanto “vivas”. E como as poucas manifestações afetivas são fruto deste mesmo artifício – ou seja, sentimentos reproduzidos – os “retornados” do filme francês são o que mais próximo se poderia imaginar de seres viventes sem uma “alma” – o que se percebe é que para eles tudo é indiferente, inclusive as emoções dos que estão a sua volta."
http://seteventos.com/2010/06/eles-voltaram-les-revenants-de-robin-campillo-download-filme/

Mas que situação aflita/maldita! Seria essa a indiferença que me sufoca? Por que não consigo ficar indiferente a ela?

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

humano demais

Comecei a pingar o colírio e a passar a pomada no Jacinto(rs). Agora o proximo passo é tomar os remedios que me farão viver melhor, me curar do criei, da maldiçao da humanide, etc: alprazolam e sertralina. Ouvindo muito essa pérola absoluta de nossa música maldita:

Estou na lona
Sou quase um ectoplasma
Prisioneiro da Zona Fantasma
Estou na lona
Sou quase um ectoplasma
Prisioneiro da Zona Fantasma

Ah, ah, ah, ah, ah, ah
Onde os condenados sabem de tudo
Mas não podem interferir em nada, de nada


Mas que situação aflita
Ficar eternamente exposto
aos raios dessa Kriptonita
Mas que situação maldita
Ficar eternamente exposto
aos raios dessa Kriptonita

Fomos condenados, fomos banidos lá da Terra
Fomos tratados como bandidos e criminosos bestiais
Só porque somos humanos, demasiadamente humanos
Humanos, humanos demais
Ah, ah, ah, ah, ah, ah

Conselhos do Vini:
Segunda 17:53
tudo bem, cara?
Quarta 18:44
do mesmo jeito, um pouco mais angustiado do que de costume...
e vc, como está?
Notei mesmo.
Nao Lastime.
Se Reerga
A Vida as vezes nos dá essa lapada.
Quinta 20:52
é cíclico, acho q to melhorando. as cores estao voltando lentamente
Sexta 09:48
;a
Nao se pode é permitir mais Isto.
Este Ciclo, oscilação, que faz tão mal.
há 18 horas
Amigo, Não pode deixar essas coisas voltarem.
Mantenha se firme como Antonio. Olha o significado do nome dele e verá como é preciso manter mo nos.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Sad but True

Voltei ao trabalho hoje. O pessoal me tratou bem, normal, como era de se esperar. São boas pessoas, cada um com suas idiossincrasias, mas no geral aparentemente bem intensionados no ambiente laboral. Eu me senti estranho, um cansaso diferente, um vazio na maior parte do tempo. Aquela sensaçao triste e não a galhofeira que brincamos com a turma (zé, gu, samir, gabi, etc) do "quê que eu tô fazendo aqui". É só pelo dinheiro? É pelo $ e por um ou outro sorriso dos colegas, as brincadeiras que tornam o ambiente mais leve, e a eternamente presente conversa sobre o futebol, etc... Apesar disso, me sinto pesado, hoje estava tudo num ritmo lento e sem cor. Será que foi o pouco movimento do dia? Então tem que ter aquele movimento colossal e um atendimento constante pra trabalharmos como autômatos e não sentir nada, só cansaço? O segredo é não pensar, se auto-observar e refletir? Talvez volte tudo àquela normalidade menos dolorosa e eu continue juntando dinheiro, contando milhares de cédulas no caixa, atendendo sempre os mesmos clientes diariamente, fazendo as ligações pra vender, etc...
O que eu quero da vida? O que eu quero de mim? Como é ter uma família e fazer parte dela? Como é viver satisfeito com as coisas simples?

                           ******************

Ontem era pra eu ter postado isso, da leitura do Book of the Spirits:

 147. Por que os anatomistas, os fisiologistas e, em geral, os que se aprofundam nas Ciências Naturais são freqüentemente levados ao materialismo?
 O fisiologista refere tudo ao que vê. Orgulho dos homens, que tudo crêem saber, não admitindo que alguma coisa possa ultrapassar o seu entendimento. Sua própria ciência os torna presunçosos. Pensam que a Natureza nada lhes pode ocultar.
 148. Não é estranho que o materialismo seja uma conseqüência de estudos que deveriam, ao contrário, mostrar ao homem a superioridade da inteligência que governa o mundo? Deve-se concluir que esses estudos são perigosos?
 Não é verdade que o materialismo seja uma conseqüência desses estudos. E o homem que deles tira uma falsa conseqüência, pois ele pode
abusar de tudo, mesmo das melhores coisas. O nada, aliás, os apavora mais do que eles se permitem aparentar, e os espíritos fortes são quase sempre mais fanfarrões do que valentes. A maior parte deles são materialistas porque não dispõem de nada para preencher o vazio. Diante desse abismo que se abre ante eles, mostrai-lhes uma tábua de salvação, e a ela se agarrarão ansiosamente.

Comentário de Kardec: Por uma aberração da inteligência, há pessoas que não vêem nos seres orgânicos nada mais que a ação da matéria, e a esta atribuem todos os nossos atos. Não vêem no corpo humano senão a máquina elétrica; não estudaram o mecanismo da vida senão no funcionamento dos órgãos; viram-na extinguir-se muitas vezes pela ruptura de um fio, e nada mais perceberam além desse fio; procuraram descobrir o que restava, e como não encontraram mais do que a matéria inerte, não viram a alma escapar-se e nem puderam pegá-la, concluíram que tudo estava nas propriedades da matéria, e que. portanto, após a morte, o pensamento se reduz ao nada. Triste conseqüência, se assim fosse, porque então o bem e o mal não teriam sentido; o homem estaria certo ao não pensar senão em si mesmo e ao colocar acima de tudo a satisfação dos prazeres materiais; os laços sociais estariam rompidos e os mais santos afetos destruídos para sempre. Felizmente, essas idéias estão longe de ser generalizadas; pode-se mesmo dizer que estão muito circunscritas, não constituindo mais do que opiniões individuais, porque em parte alguma foram erigidas em doutrina. Uma sociedade fundada sobre essa base traria em si mesma os germes da dissolução, e os membros se despedaçariam entre si, como animais ferozes.
 O homem tem instintivamente a convicção de que tudo não se acaba para ele com a vida; tem horror ao nada; é em vão que se obstina contra a idéia da vida futura, e quando chega o momento supremo, são poucos os que não perguntam o que deles vai ser, porque a idéia de deixar a vida para sempre tem qualquer coisa de pungente. Quem poderia, com efeito, encarar com indiferença uma separação absoluta e eterna de tudo o que ama? Quem poderia ver, sem terror, abrir-se à sua frente o imenso abismo do nada, pronto a tragar para sempre todas as nossas faculdades, todas as nossas esperanças, e ao mesmo tempo dizer: — Qual! Depois de mim, nada, nada, nada mais que o nada; tudo se apagará da memória dos que sobreviverem a mim; dentro em breve nenhum traço haverá de minha passagem pela terra; o bem mesmo que eu fiz será esquecido pêlos ingratos a quem servi; e nada para compensar tudo isso, nenhuma perspectiva, a não ser a do meu corpo devorado pelos vermes!
 Este quadro não tem qualquer coisa de horroroso e de glacial? A religião nos ensina que não pode ser assim, e a razão o confirma. Mas uma existência futura, vaga e indefinida, nada tem que satisfaça o nosso amor do positivo. E é isso que, para muitos, engendra a dúvida. Está certo que tenhamos uma alma; mas o que é a nossa alma? Tem ela uma forma, alguma aparência? É um ser limitado ou indefinido? Dizem alguns que é um sopro de Deus; outros, que é uma centelha; outros, uma  parte do Grande Todo, o princípio da vida e da inteligência. Mas o que é que tudo isso nos oferece? Que nos importa ter uma alma, se depois da morte ela se confunde com a imensidade, como as gotas d’água no oceano? A perda da nossa individualidade não é para nós o mesmo que o nada? Diz-se ainda que ela é imaterial. Mas uma coisa imaterial não pode ter proporções definidas, e para nós equivale ao nada. A religião nos ensina também que seremos felizes ou desgraçados, segundo o bem ou o mal que tenhamos feito. Mas qual é esse bem que nos espera no seio de Deus? E uma beatitude uma contemplação eterna, sem outra ocupação que a de cantar louvores ao Criador? As chamas do inferno são uma realidade ou apenas um símbolo? A própria Igreja as compreende nesse último sentido; mas. então, que sofrimentos são esses? Onde se encontra o lugar de suplício? Em uma palavra, o que se faz e o que se vê nesse mundo que nos espera a todos?

Nas páginas 108, 109 e 110 eu anotei: 

- Oculto aos sentidos/experiência/ciências
- As consequencias nefastas e catastróficas do materialismo
- Argumento do mais além...
- A vida só vale a pena e o bem só deve ser praticado se existir um além, deus, alma...
- O horror do fisicalismo

Se ainda tiver com o livro aí vc vai ver, tá escrito a lápis.

                              *******************

Hoje chegou o Nós. Ainda preciso de clones pra dar conta dos livros que chegam e não são lidos, bem como de alguns pré-hostóricos que aguardam ansiosos pelos meus olhos. Outro clone pra ganhar dinheiro no mercado financeiro ou qualquer coisa que de uns trocados. Outro para se exercitar e dar paz a um corpo cansado do sedentarismo. Outro para jogar xadrez, tocar violão, namorar, brincar, sorrir, cozinhar, amar, viver, sofrer, morrer, viver, morrer... 
Continuo muito angustiado também com o dualismo, maniqueísmo político direita x esquerda, correntes mais socialistas ou mais liberalistas, patrão sedento x empregado explorado. Várias pessoas inteligentes defendem um ou outro lado com inúmeras razões, umas mais aguerridas outras nem tanto. Em que pólo me situo?
Domingo teve música de altíssima qualidade com Trio o Clock no Mariano Procópio e segunda com Quarteto Mantiqueira (é esse o nome?) no Brasador! Até algumas lágrimas chegaram mais perto dos meus olhos pra ouvir essa coisa chamada música.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

ontologia

Ontologia. Teoria do ser em geral, da essência do real. O termo "ontologia" aparece no vocabulário filosófico por vezes como sinônimo de metafísica. (1)
Ontologia - do grego onto mais logia significa parte da Filosofia que especula sobre "o ser enquanto ser". É o estudo do conhecimento do que são as coisas em si mesmas, enquanto substâncias no sentido cartesiano e leibniziano da palavra, por oposição ao estudo das aparências ou dos seus atributos. (2)
Ontologia. Ramo da filosofia que indaga o que realmente existe, enquanto distinto da natureza do nosso conhecimento sobre ele - essa natureza é investigada pelo ramo da epistemologia. Ontologia e epistemologia, conjuntamente, constituem a tradição central da filosofia. (3)
(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
(2) LALANDE, A. Vocabulário Técnico e Crítico de Filosofia. Tradução por Fátima Sá Correia et al. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
(3) VÁRIOS COLABORADORES. O Livro da Filosofia. Tradução de Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011.






Para ler:


Relendo o livro do Saulo esbarrei com isso hoje: 

E com a conquista da felicidade de Jonathan Haidt e de Bertrand Russell: 









quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O Moska na sopa



https://www.youtube.com/watch?v=uJzMlx6Sbg0

A vida como processo, uma obra viva sendo realizada, composta a cada dia. "A vida é a matéria prima da multiplicidade criativa" 9:19 A Rapha acabou de me ligar dando uma ideia ótima: ir ao Mariano Procópio em JF. Eu já devia ter saído daqui pra agilizar isso mas ainda estou ouvindo os bons conselhos do Moska.

Pronto
Agora que voltou tudo ao normal
Talvez você consiga ser menos rei
E um pouco mais real
Esqueça
As horas nunca andam para trás
Todo dia é dia de aprender um pouco
Do muito que a vida traz.
Mas muito pra mim é tão pouco
E pouco é um pouco demais
Viver tá me deixando louco
Não sei mais do que sou capaz
Gritando pra não ficar rouco
Em guerra lutando por paz
Muito pra mim é tão pouco
E pouco eu não quero mais
Chega
Não me condene pelo seu penar
Pesos e medidas não servem
Pra ninguém poder nos comparar
Porque
Eu não pertenço ao mesmo lugar
Em que você se afunda tão raso
Não dá nem pra tentar te salvar
Porque muito pra mim é tão pouco...

Veja
A qualidade está inferior
E não é a quantidade que faz
A estrutura de um grande amor
Simplesmente seja
O que você julgar ser o melhor
Mas lembre-se que tudo que começa com muito
Pode acabar muito pior


Atividade como atividade de criar. Encontrando diferença nas repetições. 21:00 A raridade das pessoas e a beleza dos encontros através da vida. Absorvendo tudo. Ser o outro, o olhar do outroCitação ao Zelig de Wood Allen.
A identidade como uma falácia. 23:49 O equívoco de buscar a própria identidade. A cobrança que isso traz. Essa caiu como um tiro certo em mim, que tenho tido essa ideia, bem absurda de me descobrir. Ora, eu sou tudo que tenho feito e pensado, essa multiplicidade e metamorfose ambulante e talvez por isso mesmo sofredora. A questão é transformar esse sofrimento em impulso.

Fincando a vida no hoje 30:00

Objetivo x Motivo: 37:35

"dar importância para o que te move a fazer a coisa" a motivação de fazer algo centrado no fazer, no meio e não no fim  Se focar no objetivo pode ser frustrante.

49:00 como nasce uma canção: a belíssima canção composta por diversos compositores.

Indo agora passear e viver o agora com o Antônio Lucas! Lembranças...

* .. *

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Memória Esdrúxula e liberalismo espírita

https://www.youtube.com/watch?v=PVSPq8dFtfQ
https://www.youtube.com/watch?v=ZaIIxQQjQ7E
https://www.youtube.com/watch?v=_pLQ9kd5gyA
https://www.youtube.com/watch?v=Eftn-gXHt5Q



119 Deus não poderia isentar os Espíritos das provas que devem sofrer para atingir a primeira ordem?
– Se tivessem sido criados perfeitos, não teriam nenhum mérito para desfrutar dos benefícios dessa perfeição. Onde estaria o mérito sem a luta? Além do mais, a desigualdade entre eles é necessária para desenvolver a personalidade, e a missão que realizam nessas diferentes ordens está nos desígnios da Providência para a harmonia do universo.
 AK: Tendo em vista que na vida social todos os homens podem chegar às primeiras funções, igualmente poderíamos perguntar por que o soberano de um país não promove cada um de seus soldados a general; por que todos os empregados subalternos não são empregados superiores; por que todos os estudantes não são mestres. Portanto, há essa diferença entre a vida social e a vida espiritual: a primeira é limitada e nem sempre permite alcançar todos os graus, enquanto a segunda é indefinida e deixa a cada um a possibilidade de se elevar ao grau supremo.

Meritocracia no espiritismo, no evolucionismo e no liberalismo. Estou com medo de mim e de minhas ideias. Acho que vou pedir demissão pra ver se continuo pensando assim. Será sempre preciso escolher um lado?
 
Sou um homem comum
Qualquer um
Enganando entre a dor e o prazer
Hei de viver e morrer
Como um homem comum
Mas o meu coração de poeta
Projeta-me em tal solidão
Que às vezes assisto
A guerras e festas imensas
Sei voar e tenho as fibras tensas
E sou um
Ninguém é comum
E eu sou ninguém
No meio de tanta gente
De repente vem
Mesmo eu no meu automóvel
No trânsito vem
O profundo silêncio
Da música límpida de Peter Gast
Escuto a música silenciosa de Peter Gast
Peter Gast
O hóspede do profeta sem morada
O menino bonito Peter Gast
Rosa do crepúsculo de Veneza
Mesmo aqui no samba-canção
Do meu rock'n'roll
Escuto a música silenciosa de Peter Gast
Sou um homem comum



Tédio, vida sem sentido, por que sou como sou, por que nao sou outra pessoa?

https://www.youtube.com/watch?v=iQXrKhgmLkU

Hey mãe!
Eu tenho uma guitarra elétrica
Durante muito tempo isso foi tudo
Que eu queria ter

Mas, hey mãe!
Alguma coisa ficou pra trás
Antigamente eu sabia exatamente o que fazer

Mas, hey hey mãe!
Por mais que a gente cresça
Há sempre alguma coisa que a gente
não pode entender
Por isso, mãe
Só me acorda quando o sol tiver se posto
Eu não quero ver meu rosto
Antes de anoitecer
Pois agora lá fora,
Todo mundo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas...


Carta resposta de Deus para mim:

Olhei pro amanhã e não gostei do que vi.
Sonhos são como deuses, quando não se acredita neles, deixam de existir.
Lutei por sua alma, mas admito que perdi.

Se você não suporta mais tanta realidade
Se tudo tanto faz, nada tem finalidade
Então pra quê viver comigo?

Eu não vou ficar pra ver nossa ponte incendiada
Nossa igreja destruída, nossa estrada rachada
Pela grande explosão que pode acontecer no nosso abrigo.


https://www.youtube.com/watch?v=Sr3WFZQItkM

quarta-feira, 20 de agosto de 2014



no ar que se respira, nos gestos mais banais
em regras, mandamentos, julgamentos, tribunais
na vitória do mais forte, na derrota dos iguais

a violência travestida faz seu trottoir

Na procura doentia de qualquer prazer
Na arquitetura metafisica das catedrais
Nas arquibancadas, nas cadeiras, nas gerais

a violencia travestida faz seu trottoir

na maioria silenciosa, orgulhosa de não ter
vontade de gritar, nada pra dizer
a violência travestida faz seu trottoir
nos anúncios de cigarro que avisam que fumar faz mal

| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir

no vídeo, idiotice intergaláctica
na mídia, na moda, nas farmácias
no quarto de dormir, na sala de jantar
a morte anda tão viva, a vida anda pra trás
é a livre iniciativa, igualdade aos desiguais
na hora de dormir, na sala de estar

a violência travestida faz seu trottoir

uma bala perdida encontra alguém perdido
encontra abrigo num corpo que passa por ali
e estraga tudo, enterra tudo, pá de cal
enterra todos na vala comum de um discurso liberal

| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir

| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir

Tudo que ele deixou foi uma carta de amor pra uma apresentadora de programa infantil. Nela ele dizia que já não era criança, e que a esperança também dança como monstros de um filme japonês. Tudo que ele tinha era uma foto desbotada, recortada de revista especializada em vida de artista. Tudo que ele queria era encontrá-la um dia (todo suicida acredita na vida depois da morte). Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta. A vida quando acaba, cabe em qualquer lugar.
E a violência travestida faz seu trottoir...

não se renda às evidências
não se prenda à primeira impressão

eles dizem com ternura:
"o que vale é a intenção"
e te dão um cheque sem fundos
do fundo do coração

no ar que se respira
nessa total falta de ar
a violência travestida
faz seu trottoir

em armas de brinquedo, medo de brincar
em anúncios luminosos, lâminas de barbear
nos anúncios de cigarro que avisam que fumar faz mal

a violência travestida faz seu trottoir
a violência travestida faz seu trottoir


Ótima resenha:
http://consultoriadorock.blogspot.com.br/2012/03/os-sete-pecados-do-rock-nacional-parte.html


terça-feira, 19 de agosto de 2014

Suicide

"Hoje acordei mais cedo, tomei sozinho chimarrão. Procurei a noite na memória, procurei em vão." Em parte mentira. Acordei de madrugada, sonhei com os dois gerentes (Mauricio e Alan), não consegui dormir mais, dormi mal, acordei entranho. Esse fds passamos no Hotel Fazenda Morro Grande, foi quase legal. No domingo chegamos em andrelandia, vimos o Toy Story de Terror. O HT tinha chegado na sexta, é ótimo. Ontem encomendei o filtro de linha. Estamos ajustando, o onkyo, a vida, o desajuste, etc. Falta um tapete e os suportes. Ainda na cama fiz uma letra sem música, veio do nada, mesmo que do nada nada saia:

Provocando um matador de aluguel

Eu podia estar me atirando da ponte
Eu podia estar tomando estricnina
Formicida, cicuta ou flor

Mas eu vou provocar um matador de aluguel
Quero o caminho mais curto pro céu

Eu podia estar fazendo o nó cego na corda
Eu podia estar atirando uma bala certeira
Eu podia estar cortando os pulsos cansados de pulsar

Mas eu vou provocar um matador de aluguel
Esse é o caminho mais curto pro céu
Porque falta coragem ao inimigo interno
O matador vai me mandar direto pro inferno


As influências são a ótima Formicida, Corda e Flor:

Uma banda de gillette
Suco de maracujá
Uma caixa de chicletes
Lenço branco no sofá
Bandeirolas na janela
Uma caixa de hidrocor
Sopa amarga na panela
Formicida, corda e flor
Vou trancar o apartamento
Se chamarem não estou
Vou botar o sofrimento
Num desenho de terror
Vou bolar um bom cenário
Pro meu ato derradeiro
Vou mandar o meu diário
Para o meu amor primeiro
Vou morrer de amor perdido
Parto desta pra melhor
Ando tão desiludido
Ando mesmo na pior
Tenho tudo quanto quero
Formicida, corda e flor
E o meu último bolero
Pra chorar a minha dor


E também a conversa de ontem com Gilda e Alvaro, os sintomas que eu desprezava, o peito cansado de respirar esse ar pesado a minha volta. Hoje pela manhã, nao sei porque me deu curiosidade e pesquisei algumas coisas. Está se lembrando dessa/daquela manhã de terça em que vc leu isso:

Sexo, Idade : F, 27
Cor : (descendente de orientais)
Meio : projétil de arma de fogo
Forma de mensagem : carta manuscrita a tinta azul
 
"A quem possa interessar:
Grande parte do que possuía foi vendida ou doada. O que resta, é minha vontade que seja entregue ao meu amigo João; o qual poderá dar a meus pertences o destino que lhe aprouver.
 Nada deverá ser entregue a qualquer parente meu.
Quanto aos meus restos mortais, suplico encarecidamente; não o torturem com choros, rezas ou velas. É apenas a minha matéria e imploro que a deixem degradando-se em paz. A putrefação não é degradante. Se a humanidade permitisse que a natureza tomasse o seu curso, seria o renascimento da matéria.
Eu renasceria no vento que passa a murmurar, nas folhas que farfalham, no solo que abriga e alimenta milhares de seres vivos, na água que corre para o mar nas chuvas que regam os campos, no orvalho que cintila ao luar, nas grandes árvores que abrigam ninhos de passarinhos e que vergam a passagem dos ventos fortes, nos pequenos arbustos que escondem a caça do caçador...
Céus! Eu me vingaria se apenas uma de minhas partículas participasse do desabrochar de uma flor ou do canto de um pássaro. Romântico? Não! Foi o mundo, minha família, meu educador mas principalmente... foi o seio que aconchegou a criança que vinha lhe contar as suas tristezas, máguas, alegrias, pensamentos, e seus desejos íntimos... suas esperanças. A criança crescida quer voltar para lhe contar seus sofrimentos, desilusões, a morte de suas esperanças... para encontrar novamente o aconchego onde poderá descansar sua cabeça cansada e abatida e onde poderá, enfim, chorar as suas lágrimas que não encontram onde chorar.
Volto derrotada porque não fui capaz de viver, trabalhar e estudar não foram suficientes para mim. E foi tudo o que me restou. Prefiro morrer do que viver com a morte dentro de mim.
Perdoem-me ..., ..., ..., "



Pesquise pela música húngara do suicídio:



Estou há horas perdendo meu tempo aqui sentado. Por que não viver de verdade? Como será viver de verdade?!

Ainda tenho que escrever sobre A Ilusão da Alma, assim que pegar com o Alexandre releio cotejando com o Psicologia e Neurociência do Saulo. Acho que vou ler agora. O Zé ta chamando pra ir na sexta lá no sítio dele. Vou mandar um email pra Gilda e sair um pouco dessa Bad Trip Simulator...


Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo
Mas meu último desejo
Você não pode negar
Se alguma pessoa amiga
Pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não
Diga que você me adora
Que você lamenta e chora
A nossa separação
Às pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim
Que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim

terça-feira, 29 de julho de 2014

Lightyear, Giannetti e meu Inferno


Made in Taiwan


Diário estelar do ano 2014, Julho, dia 29, 21:59

Os acontecimentos me jogaram num precipício, do inferno a um inferno mais fundo? Ou, sendo otimista, do purgatório que é nossa vida aqui na Terra/Brasil a um inferno mais fundo? Não sei. O que sei é que eu fiz o que um homem qualquer faz. Eu fui Judas, fui Hitler, como qualquer homem já foi algum dia, ou alguns dias em suas vidas. Fui meu pai, fui o pai dela, quem sabe meus avôs, os avôs dela. Alguns homens passam a vida mentindo, eu quis parar, as circunstâncias me fizeram parar. Andamos juntando os cacos há duas semanas. O Brasil saiu da copa com um vexatório 7 x 1, eu saí da sala com um vexatório 107 x 1 nas minhas costas. Meu erro, meu problema, minha incapacidade de viver se tornou latente e me tragou com fúria para um caos de dor, vergonha, desespero, culpa e vileza.
Sou eu, sempre fui eu, nas partes boas, médias e ruins. Sempre me esquivei, sempre me escondi, nunca entendi nada e quando entendia fingia não entender. Falar cifradamente pra mim mesmo vai ajudar? Vai redimir? Nada vai redimir, não há redenção. Só há amanhã, com ou sem sol, o amanhã sempre nasce com suas promessas e seus desafios. E eu vivo no agora. Comprei o HT, que ainda não chegou, comprei o celular que ainda não usei, li mais um do Giannetti, fui ao centro, separei as roupas pra doação, brinquei com o Antonio, comi pizza com minha mãe e a mãe da Rapha no Fogão de Lenha, dirigi, dirijo, tento ensiná-la a dirigir, tenho ganhado na bolsa, tenho aprendido com a vida, duramente.
Vi o novo Robocop, Reis e Ratos e agora acabei de ver Toy Story. E uma cena desse último resumiu meu sentimento diante do assustador e angustiante livro A ilusão da alma: Buzz Lithyear vendo na televisão uma propaganda que mostra que ele não passa de um brinquedo. Ele descobre que não é quem pensava ser, um astronauta de verdade. Descobre que seus pensamentos não condizem com a realidade, que tudo que sentia e pensava não passava de uma ilusão. Esse livro tem me atormentado nos últimos dias. Agora vou reler o Psicologia e Neurociencia do Saulo, pra tentar me recolocar nos eixos. Ou voltar a me iludir. Falando nisso, estou lendo o Livro dos Espíritos, criticamente, mas torcendo pra minha razão me deixar em paz, coisa pouco provável, vide os meus grifos já na introdução... RS
A vida segue, estou bem com a Rapha e com o Tom. Buscando me encontrar, sem fazer idéia de onde. Querendo ver mais os meus amigos, festejar e ouvir boa música com eles. Querendo agradar a Rapha, ver ela sorrir e gozar. Ver o Tom falar, brincar e crescer.

Detalhes nos próximos capítulos...

A cena:

https://www.youtube.com/watch?v=vddEvqS6M4o

A música:

Voar eu não vou nunca mais
https://www.youtube.com/watch?v=9eAJDjvgRCs

Vivendo e fazendo analogias, poesias, juntando peças de um quebra-cabeças que não existe de verdade. Formatando uma ilusão que nos conforte e console. Vivendo e aprendendo a jogar...