Escravos do Mundo Livre

Esteta ou Asceta? Nada disso, no fundo: Divagações de um pateta...

domingo, 5 de novembro de 2006

O Meu Pecado

Descobri uma Deusa noite dessas
Desde então, vem adoçando minha boca
Toda noite, pouco antes de dormir

Sei que é neve, mas arde na minha cabeça
Feito mertiolate em machucadinho de criança
Sei que é fogo, mas me paralisa
Como um fóssil mudo nas geleiras secretas de Marte

Durmo com ela aqui do lado, aqui dentro mesmo
Me embala, me nina e me devora.
Carnívora!
Depois tudo apaga, no escuro tudo foge

Acordo só! Seria sonho? Seria delírio?
Mas ao abrir o primeiro olho do dia, o da esquerda se ñ me engano
A Lua está no céu. Como pode? – Todos em mim perguntam.
A noite se foi. É manhã. É dia, meu bom José!

Mas deuses não se revelam somente em orações
Eles conhecem o despertar sem preces de um guri despreocupado
O espreguiçar sem pressa numa cama ainda quente

E quando me levanto, a Deusa distante ainda é minha, só minha
Nunca saiu de mim, nem sairá
Pois como separar o combustível da combustão?

Então sem saber, subvertendo qualquer símbolo
Transfigurando significações ligeiramente
Volto a rezar baixinho:

Pecado meu é não acreditar
Que mais uma vez
O destino me arreganhou todos os dentes!

senhor F

Para a Lua distante.


Devo ter escrito numa terça ou segunda, não me lembro bem. Apaguei a luz e deitei, então no escuro, a aparição de uma deusa tomou forma! Imediato, estantâneo e espontâneo. Sei que não tá lá muito clara nem bem acabada, mas gostei. Então taí pra todos que me habitam se sentirem bem...

1 Comments:

At domingo, novembro 12, 2006, Anonymous Anônimo said...

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A verdade dói, mas quem sabe eu ñ sou masoquista? Diz aí:

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