O Meu Pecado
Descobri uma Deusa noite dessas
Desde então, vem adoçando minha boca
Toda noite, pouco antes de dormir
Sei que é neve, mas arde na minha cabeça
Feito mertiolate em machucadinho de criança
Sei que é fogo, mas me paralisa
Como um fóssil mudo nas geleiras secretas de Marte
Durmo com ela aqui do lado, aqui dentro mesmo
Me embala, me nina e me devora.
Carnívora!
Depois tudo apaga, no escuro tudo foge
Acordo só! Seria sonho? Seria delírio?
Mas ao abrir o primeiro olho do dia, o da esquerda se ñ me engano
A Lua está no céu. Como pode? – Todos em mim perguntam.
A noite se foi. É manhã. É dia, meu bom José!
Mas deuses não se revelam somente em orações
Eles conhecem o despertar sem preces de um guri despreocupado
O espreguiçar sem pressa numa cama ainda quente
E quando me levanto, a Deusa distante ainda é minha, só minha
Nunca saiu de mim, nem sairá
Pois como separar o combustível da combustão?
Então sem saber, subvertendo qualquer símbolo
Transfigurando significações ligeiramente
Volto a rezar baixinho:
Pecado meu é não acreditar
Que mais uma vez
O destino me arreganhou todos os dentes!
senhor F
Para a Lua distante.
Devo ter escrito numa terça ou segunda, não me lembro bem. Apaguei a luz e deitei, então no escuro, a aparição de uma deusa tomou forma! Imediato, estantâneo e espontâneo. Sei que não tá lá muito clara nem bem acabada, mas gostei. Então taí pra todos que me habitam se sentirem bem...
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A verdade dói, mas quem sabe eu ñ sou masoquista? Diz aí:
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