Escravos do Mundo Livre

Esteta ou Asceta? Nada disso, no fundo: Divagações de um pateta...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

22:21



Ontem foi um dia de movimento intenso no banco, e eu no caixa. Deu pra cansar e muito: dor nas costas e no braço esquerdo. O trabalho faz o tempo passar rápido. Estou velho, preciso me exercitar, preciso dedicar tempo pra aproveitar melhor o tempo.
Ontem terminei de ler Os sofrimentos do jovem WERTHER, clássico de Goethe. Gostei muito. A história vai num crescendo até que o protagonista encontra a salvação: a morte. Como o tradutor descreve nos comentários, é uma busca pela completude, pelo absoluto, por uma plenitude que só pode ser encontrada no amor ou na natureza, ou em ambas. A busca por uma felicidade interminável é coisa nossa, mas só os protagonistas dos romances a encontram de algum modo, nós nos perdemos no meio do caminho, mudamos de rumo, sem rumo, sem saber o que esperar, o que querer... Werther sabia, teve a felicidade muito perto, mas... o impossível é que nos atrai:

* Antonio acaba de me interromper, queria ouvir musica, sente muitas cócegas quando tento aproximar dele os fones de ouvido, abriu a boca. - fecha a boca! Ri e se esquiva... - Fecha a boca... risos e cócegas: música é alimento mesmo! rs

"Dá-se com a distância o mesmo que com o futuro. Um horizonte imenso, misterioso, repousa diante de nossa alma; o sentimento nele mergulha como o nosso olhar, e desejamos, ah! como desejamos, entregar todo o nosso ser para nos consubstanciarmos num só, grande e magnífico sentimento... Mas, ah!, corremos, voamos, e quando lá chegamos, quando o longe se faz perto, nada se alterou, e nós encontramo-nos com nossas mesmas misérias, com os mesmos e estreitos limites, e de novo a nossa alma suspira pelo mesmo bálsamo que acaba de se esvair."

A loucura, o amor platônico, uma amizade e afinidade fortes, a prisão e os limites da nossa existência. Uma ótima estória, entrecruzando-se com a realidade.

"...Deus do céu! Arranjaste o destino dos homens de sorte que apenas possam ser felizes antes de alcançarem a razão ou depois de perdê-la! Pobre miserável! E contudo invejo-te a loucura, esse desarranjo dos sentidos em que te consomes! Sais cheio de esperanças a colher flores para a tua rainha... em pleno inverno... e afliges-te por não as encontrares, sem atinar por que não as encontras. E eu... Eu saio sem esperança, sem objetivo, e volto à casa como saí... Não sentes, não sentes que é em teu coração destroçado, em teu cérebro arruinado, que jaz tua miséria, da qual nem todos os reis da terra poderiam te libertar!" J.W. Goethe - Os sofrimentos do jovem Werther

Reflexões:
Mau humor
Loucura
Deus
Suicídio
Paixão


22:55

Estou sendo coadjuvante mais do que protagonista. Isso é estranho, viver é estranho.

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A verdade dói, mas quem sabe eu ñ sou masoquista? Diz aí:

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