Escravos do Mundo Livre

Esteta ou Asceta? Nada disso, no fundo: Divagações de um pateta...

sexta-feira, 21 de março de 2014

Divagando

"O valor do futuro depende do que se pode esperar dele. Portanto: se você acredita de fato em alguma forma de existência post-mortem determinada pelo que fizermos em vida, então todo cuidado é pouco: os juros prospectivos são infinitos. O desafio é fazer o melhor de que se é capaz na vida mortal sem pôr em risco as incomensuráveis graças do porvir. Se você acredita, ao contrário, que a morte é o fim definitivo de tudo, então o valor do intervalo finito de duração indefinida da vida tal como a conhecemos aumenta. Ela é tudo o que nos resta, e o único desafio é fazer dela o melhor de que somos capazes. E, finalmente, se você duvida de qualquer conclusão humana sobre o após-a-morte e sua relação com a vida terrena, então você contesta o dogmatismo das crenças estabelecidas, não abdica da busca de um sentido transcendente para o mistério de existir e mantém uma janelinha aberta e bem arejada para o além. O desafio é fazer o melhor de que se é capaz da vida que conhecemos, mas sem descartar nenhuma hipótese, nem sequer a de que ela possa ser, de fato, tudo o que nos é dado para sempre." (Eduardo Giannetti, O valor do amanhã, p. 123.)

Excelente livro! Acredito que nesse fim de semana eu termine. É muito instigante e bem escrito. Agora são 17:52, talvez chova. Ainda está calor. Acabou de trovejar! rs Ontem tomei a Baden Red Ale, que é bem amarga, comendo queijo. Depois tomei duas Heinekens, foi boa a sensação de estar ligeiramente alterado e vendo o sétimo episódio da quarta temporada de Walking Dead. Os efeitos do álcool ainda me fazem bem, pelos menos sensitivamente falando. Aguça o pensamento.

"O desejo incita à ação; a percepção do tempo incita o conflito entre desejos. O animal humano adquiriu a arte de fazer planos e refrear impulsos. Ele aprendeu a antecipar ou retardar o fluxo das coisas de modo a cooptar o tempo como aliado dos seus desígnios e valores. Isto agora ou aquilo depois? Desfrutar o momento ou cuidar do amanhã? Ousar ou guardar-se? São perguntas das quais não se escapa. Mesmo que deixemos de fazê-las, agindo sob a hipnose do hábito ou em estado de “venturosa inconsciência”, elas serão respondidas por meio de nossas ações. Das decisões cotidianas ligadas a dieta, saúde e finanças, às escolhas profissionais, afetivas e religiosas de longo alcance, as trocas no tempo pontuam a nossa trajetória pelo mundo.(...)
As trocas no tempo são uma via de mão dupla. A posição credora – pagar agora, viver depois – é aquela em que abrimos mão de algo no presente em prol de algo esperado no futuro. O custo precede o benefício. No outro sentido, temos a posição devedora – viver agora, pagar depois. São todas as situações em que valores ou benefícios usufruídos mais cedo acarretam algum tipo de ônus ou custo a ser pago mais à frente.
Não importa qual seja a sua feição concreta em cada caso específico, essas duas modalidades de troca envolvem uma comparação entre valores presentes e futuros, ou seja, o valor daquilo que se paga (ou usufrui agora), de um lado, e o valor daquilo que se espera alcançar (ou deverá ser pago) mais adiante, de outro. O termo de troca entre esses dois valores separados no tempo define a essência dos juros. O fenômeno dos juros é, portanto, inerente a toda e qualquer forma de troca intertemporal. Os juros são o prêmio da espera na ponta credora – os ganhos decorrentes da transferência ou cessão temporária de valores do presente para o futuro; e são o preço da impaciência na ponta devoradora – o custo de antecipar ou importar valores do futuro para o presente." (Eduardo Giannetti, O valor do amanhã, p. 9.)

Um sonho sonhado há muito tempo: Você dormia tranquilamente no meu sonho e de repente acordou. Sem sequer pensar me deu um beijo, como se fosse eu quem estivesse dormindo ali e você me despertasse. Com você acordada no meu sonho, eu disse: eu te amo.
Não me lembro quando nem como, mas me vem uma vaga ideia de que seja a época de id! Aquilo foi feroz pro meu combalido coração! rs
Nessa semana vi dois jogos da Champions League: Manchester United 3 x 0 Olympiacos, boa parte de Chelsea 2 x 0 Galatasaray. O time do Chelsea é bom! Semana passada vi um pouco do Barcelona também! O nível da liga dos campeões é de outro mundo se comparado à Libertadores e a esse futebolzinho que os times brasileiros de forma geral vem jogando. Avante Palestra! Nesse domingo ganharemos do Santos! 
A vida segue nuns dias sem cor, as noites tem sido boas: boas leituras, bons seriados... Sair com o pessoal do banco é que tem sido chato, nem a cerveja tem transformado as companhias, nem me transformado num ouvinte interessado. rs Mas ficou bem raro. Não tenho saído tanto. O casal andrelandense T e A também já está desgastado, digo isso em relação dupla, pois eles também devem estar enjoados de nos ver. Mesmos assuntos batidos, grande dificuldade de entabular conversas abstratas e mais prazerosas, etc... Vida que segue.

Abstrair o aqui-e-agora significa habitar em pensamento o que não é: interiorizar-se. Do mais caprichoso e rarefeito devaneio juvenil à mais austera dedução matemática, todo o universo da interioridade subjetiva pressupõe um recuo do império dos sentidos e uma suspensão da imediatidade do instinto. O ser humano como nota Paul Valéry, torna-se desse modo herdeiro e refém do tempo – “o animal cuja principal morada está no passado ou no futuro”. Um ser que age, na maior parte das vezes, sem nenhum alvo ou motivo concretamente visível, “como se estivesse mirando outro mundo, como se estivesse respondendo à influência de coisas invisíveis e de seres ocultos”. Um animal, em suma, que “sente continuamente necessidade daquilo que não existe”. (Eduardo Giannetti, O valor do amanhã, p. 83.)

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A verdade dói, mas quem sabe eu ñ sou masoquista? Diz aí:

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