Escravos do Mundo Livre

Esteta ou Asceta? Nada disso, no fundo: Divagações de um pateta...

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Lech Lechá ou abre a boca lá



Continuando a manter você, meu querido diário e você, Felipe (ou quem quer que seja você, que se forjou numa identidade, sua maior prisão e sua melhor saída pra se manter vivo nesse divertido inferno) a par das atuais leituras e sons, tatos e Tatiações, gostos e gostosuras, gastos e gasturas, atos e ataduras dessa vidinha maravilhosa e doce na qual me ensejo até o talo:

No maravilhoso clima de contagem regressiva para as esperadíssimas férias – Outubro ou Nada! – seguem excertos dos atuais livros que ora leio, ora relampeio:


O mar não termina abruptamente fazendo com que o navegante caia fora do planeta. Sim, o mar é perigoso, mas os navios não são engolidos por dragões. O canto da acomodação sublinha os riscos e empalidece a aventura. Pag. 45 – Tirando os Sapatos – Nilton Bonder

A inglesa falou sobre o desejo que as pessoas têm, em determinado momento da vida, de parar, sair e refletir. Isso tem a ver com caminhar, com tomar uma direção. O peregrino usa o exercício de caminhar para apontar uma direção ainda inexistente. Em vez de ficar parado, com reflexões passivas como: “mudo de emprego?”, “mudo de situação de vida?” “vou para cá?” ou “vou para lá?”, o caminhante se expõe no espaço e faz de sua caminhada algo espiritual. Ele vai interagindo com as pessoas e as convida para serem anjos, literalmente. Pag. 65 – Tirando os Sapatos – Nilton Bonder

Melhor a viagem que nos faz vulnerável do que a segurança que nos rouba o caminho. Melhor enfrentar a vertigem do horizonte e usufruir da liberdade do que inventar portas reconfortantes que nos fazem cativos e solitários. Pag. 101 – Tirando os Sapatos – Nilton Bonder

Porque sempre achei gostoso ingerir, a não ser por via venosa, e venho continuando vida afora, apesar de hoje em dia estar um pouco blasée. Então eu ficava cheirando aqueles livros e tendo arrepios. Ainda cheiro, mas só livros velhos e, como disse, estou um pouco blasée. Deve ser coisa da idade, certamente é a idade, embora, é claro, eu não me considere velha. Mas já vivi quase sete décadas, alguma coisa sucede nesse tempo. Confusão, estou fabricando uma tremenda mixórdia. Será que estou fazendo psicanálise? Pavor, ouvido de aluguel, pavor. Bem, de certa forma, você e esse gravador são ouvidos de aluguel. Sei lá. É, deve ser coisa da idade, eu abomino a expressão "terceira idade", hipocrisia de americano, entre as muitas que já importamos, americano é o rei do eufemismo hipócrita. Não suporto velho, velho mesmo, metido a alegre, velhice é uma desgraça, não traz nada que preste. Cortar isso tudo acima, eu mesma acho que não entendi nada do que acabei de falar. A gente fica a mesma e não fica a mesma. Ih, chega, preciso botar alguma ordem nisto e até os delírios precisam ser pelo menos um pouco organizados sob algum critério, é preciso dar método à loucura, mais ou menos como Polônio falou da piração de Hamlet. Thy son is mad, but there is method in his madness, não foi isso que ele disse, mais ou menos?
Pag. 25 – A casa dos budas ditosos – João Ubaldo Ribeiro



Anteontem vi o Hulk de Ang Lee a tarde e a noite vi As aventura de Pi, do mesmo diretor, coincidência. Bons filmes, embora muiito diferentes, claro! É um deleite visual o segundo filme, e ainda traz deus para ateus e crentes. Perdi o comecinho, depois revejo e coloco aqui uma análisezinha. Ontem vi o João Ubaldo no canal Curta me conclamando a abandonar o BB e seguir meu talento. Vi um reality show de tatuagens e pensei na minha tatto que talvez farei nas férias: a da bola sete sendo mirada pela morte. Ou faço o simbolo dos Engenheiros ou o S do Sepultura, o M do Metallica? A Raphaela começou hoje no PSF, a Tainara esqueceu de levar o Antônio na aula. Continuamos assim assim com a Cleusa. Continuo na academia, a passos lentos vou me assemelhando ao Schwarzenegger (com uns 9 anos, claro! rs) Saí do caixa hoje. Atendimento chato, esqueci um monte de coisa. Começo a pensar que preciso pensar em outro emprego. Ou em seguir o chamado de meu talento. O problema é descobrir esse talento agora, já nessa idade avançada...

Ouvindo:
Eloy - The Zany Magician, Back Into the Present, The Bells of Notre Dame
Elton John - Funeral for a friend
Elton Medeiros/Nelson Sargento/Galo Preto - Deixa
Eloy - Love Over Six Centuries
Joan Osborne - These Arms Of Mine
Deep Purple - What´s Goin´ On Here
Pantera - 25 Years
Karmakanic - Do U Tango?
Hiromi Uehara - Kung-Fu World Champion
Megadeth - My Last Words
Mr. Bungle - Vanity Fair
Imago Mortis - Unchained Prometheus
Philip Catherine Trio - My Funny Valentine
Ed Motta - Grand Cru Classé
João Gilberto & Caetano Veloso - De Conversa em Conversa
AC/DC - You Shook Me All Night Long (Live)
Moska e Lenine - Relampiano

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A verdade dói, mas quem sabe eu ñ sou masoquista? Diz aí:

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