Escravos do Mundo Livre

Esteta ou Asceta? Nada disso, no fundo: Divagações de um pateta...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Escolhas não tem a ver com certezas



Escolhas não tem a ver com certezas! Lendo uma passagem de Ribamar me veio essa idéia (ou essa certeza?! rs).

Lembro-me de ter um problema sério com certezas. Debatia-me com escolhas, com as famigeradas e ininterruptas tomadas de decisões diuturnamente. Ainda me assolam, mas agora de forma diferente, ou quem está diferente sou eu. Talvez me esgueirado mais, fugindo de uma outra forma, aparentemente menos dolorosa e angustiante. Pelo menos na maioria delas, atualmente.
Esse tema foi recorrente com Sumaya, a analista. Esse tema já me revirou noites em vão. Ontem mesmo, parei pra pensar no que eu quero, em que decisão tomar em relação a minha vida e na forma como eu vivo. Não me vinha nada. Só fugas diferentes, pensamentos sobre pequenas coisas. Seriam essas pedaços que formariam a grande decisão? E a certeza? Palavra que nunca existiu no meu dicionário de bolso para uma vida errante.

Vamos ao estopim:

“Mais vale a impotência de uma incerteza que a fúria de um dogma. Ao menos, ela não o ferirá.” Brentano por José Castello.

E eu pensei num primeiro momento: Esse sou eu. É exatamente assim que vivo! Sem certeza de nada eu nunca erro, fico protegido da truculência incongruente dos dogmas. Feliz por ser assim, esperto, olhando altaneiro e risonho o rebanho que caminha certo de seu caminho re-pisado. Jamais ferido e humilhado pela dissolução retumbante de um dogma.

Mas será que a incerteza não fere? Não ter certeza pode ser sofrer calado e solitariamente. Numa dolorosa inquietação muda, a incerteza corrói cada dia um pedaço de mim. Um sofrimento sem dor seria uma angústia sem nome. Um corte que jamais cicatriza e que por isso não é ultrapassado. É viver estanque, parado ou andando sem rumo, andando em círculos e sofrendo, sofrendo... Tem dor pior que essa, a que te engana, a que te impede de se conhecer, de errar?


Não sei, nao tenho certeza! (rs) Talvez eu queira a doce alienação que te dá um sentido pra viver tranquilo, sem sobressaltos. Tenho visto isso de muitos, pessoas que conviviam comigo, uns mais próximos, outros menos. Eles acharam um caminho a seguir, não sei o nível de dogmatismo, mas certamente abandonaram muitas incertezas. Tudo isso será pura inveja? Será que eu não cresci e fiquei preso a um mundo torto de perguntas sem respostas? Ou eles que são as crianças medrosas agarradas ao pai que os protegerá e guiará rumo a um mundo gostosinho, sabor artificial imitação de baunilha? Não sei, ainda não tenho certeza...

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A verdade dói, mas quem sabe eu ñ sou masoquista? Diz aí:

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