Apaga-se uma estrela, abre-se um leque
Eu tinha um mundo, escolhi vagar
Hora de escutar minha voz em solo novamente
A sorte está lançada
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Aquele gambá morto na calçada sempre retorna a minha memória. Ah se eu tivesse uma câmera digital ali. Agora tenho que me valer do fraquíssimo potencial descritivo da minha cachola.
O Gambá
Era o percorrer de uma estrada só de volta
Uma trilha sempre pisada
Uma noite qualquer, morno retorno, normal impulso
Mas no meio do caminho havia um gambá
Em frente a porta de uma bela casa
Eu não sei como ele foi morrer ali
Já conjecturei diversas mortes
Mas ali, no passeio, numa rua do centro
Longe dos morros, longe dos matos
Um animal assassinado jazia
Inesperado ou propósito de horror
E que cena!
A pancada foi forte, embora estivesse intacto
Deitado de lado, corpo mole, cara crispada
Sangue esguichado pela boca e fucinho
Formava uma poça vermelha
Pelo eriçado, rabo elevado
Monte de fezes na reta do cu
Era escuro, cinza fosco, com manchas claras
Olhos sim, negros, malévolos, fixos
Dentes pra fora, pontiagudos, em prontidão
Sua atual visão, apesar de terrificante
Era atraente, um deleite ao olhar
Pavor, perdeu mais de 21 gramas ao morrer
Nada restou, alem de uma cena
Nada restou
Nada
Nonada
No Nada
Never more
Never
Ah, o casamento foi chato e gambás, tal qual tamanduás, comem formigas...
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A verdade dói, mas quem sabe eu ñ sou masoquista? Diz aí:
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