Lightyear, Giannetti e meu Inferno
Made in Taiwan
Diário estelar do ano 2014, Julho, dia 29, 21:59
Os acontecimentos me jogaram num precipício, do inferno a um
inferno mais fundo? Ou, sendo otimista, do purgatório que é nossa vida aqui na Terra/Brasil a um inferno mais fundo? Não sei. O que sei é que eu fiz o que um
homem qualquer faz. Eu fui Judas, fui Hitler, como qualquer homem já foi algum
dia, ou alguns dias em suas vidas. Fui meu pai, fui o pai dela, quem sabe meus
avôs, os avôs dela. Alguns homens passam a vida mentindo, eu quis parar, as
circunstâncias me fizeram parar. Andamos juntando os cacos há duas semanas. O
Brasil saiu da copa com um vexatório 7 x 1, eu saí da sala com um vexatório 107
x 1 nas minhas costas. Meu erro, meu problema, minha incapacidade de viver se
tornou latente e me tragou com fúria para um caos de dor, vergonha, desespero,
culpa e vileza.
Sou eu, sempre fui eu, nas partes boas, médias e ruins. Sempre
me esquivei, sempre me escondi, nunca entendi nada e quando entendia fingia não
entender. Falar cifradamente pra mim mesmo vai ajudar? Vai redimir? Nada vai
redimir, não há redenção. Só há amanhã, com ou sem sol, o amanhã sempre nasce
com suas promessas e seus desafios. E eu vivo no agora. Comprei o HT, que ainda
não chegou, comprei o celular que ainda não usei, li mais um do Giannetti, fui
ao centro, separei as roupas pra doação, brinquei com o Antonio, comi pizza com
minha mãe e a mãe da Rapha no Fogão de Lenha, dirigi, dirijo, tento ensiná-la a
dirigir, tenho ganhado na bolsa, tenho aprendido com a vida, duramente.
Vi o novo Robocop, Reis e Ratos e agora acabei de ver Toy
Story. E uma cena desse último resumiu meu sentimento diante do assustador e angustiante
livro A ilusão da alma: Buzz Lithyear vendo na televisão uma propaganda que
mostra que ele não passa de um brinquedo. Ele descobre que não é quem pensava
ser, um astronauta de verdade. Descobre que seus pensamentos não condizem com a
realidade, que tudo que sentia e pensava não passava de uma ilusão. Esse livro tem
me atormentado nos últimos dias. Agora vou reler o Psicologia e Neurociencia do
Saulo, pra tentar me recolocar nos eixos. Ou voltar a me iludir. Falando nisso,
estou lendo o Livro dos Espíritos, criticamente, mas torcendo pra minha razão me
deixar em paz, coisa pouco provável, vide os meus grifos já na introdução... RS
A vida segue, estou bem com a Rapha e com o Tom. Buscando me
encontrar, sem fazer idéia de onde. Querendo ver mais os meus amigos, festejar
e ouvir boa música com eles. Querendo agradar a Rapha, ver ela sorrir e gozar.
Ver o Tom falar, brincar e crescer.
Detalhes nos próximos capítulos...
https://www.youtube.com/watch?v=vddEvqS6M4o
A música:
Voar eu não vou nunca mais
https://www.youtube.com/watch?v=9eAJDjvgRCs
Vivendo e fazendo analogias, poesias, juntando peças de um quebra-cabeças que não existe de verdade. Formatando uma ilusão que nos conforte e console. Vivendo e aprendendo a jogar...
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A verdade dói, mas quem sabe eu ñ sou masoquista? Diz aí:
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