Tomar de novo
Retomando: “Não fazer a crítica de uma obra de ficção enquanto não souber exatamente o que o autor quer nos fazer experimentar”. (Adler em Como ler um livro)
É possível saber exatamente o que o autor quer nos fazer experimentar? Creio que não. O autor almeja muitas coisas e ao mesmo tempo a nada, pois sabe que o livro é do leitor. É esse último que, dará à narrativa um sentido. Claro que seguindo uma determinada coerência posta pelo escritor.
Assim sendo, creio que nesse bom livro de Chesterton, uma das interpretações possíveis, é a de que o autor critica o poder estabelecido. Os poderosos depois de brincarem de gato e rato, devidamente disfarçados, depois de experimentarem o lado anárquico, rebelde e contestador, voltam a sentarem nas cadeiras de pedras, de onde nunca saem. Faz-nos pensar que até o levante contra os poderosos é armado por eles mesmos, de modo que controlam absolutamente tudo no mundo. Assim a ordem não se altera, não existe oposição real, a não ser, na narrativa de Chesterton, a de um poeta de cabelos vermelhos desconsolado que é incapaz de ameaçar os poderosos.
Ao som de The Cure e Os Arrudas!
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A verdade dói, mas quem sabe eu ñ sou masoquista? Diz aí:
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