Escravos do Mundo Livre

Esteta ou Asceta? Nada disso, no fundo: Divagações de um pateta...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Apostrofando-se



22:24

J.G. Rosa me persegue por esses dias! Ontem, foi a re-Descoberta de Travessia, a canção de M. Nascimento e F. Brant. Este último me disse que a última palavra do Grande Sertão é Travessia. Daí o nome da canção. Isso já me encheu de um sentimento estranho o peito.
Estava lendo agorinha o Ribamar de J. Castello, mas com Desenredo de D. Caymmi e P.C. Pinheiro na cabeça, doido pra ouvir novamente essa canção redescoberta nessa última semana.
No livro de Castello acabei de, com espanto, sublimar: “Enigma que, aqui, não tenho a intenção de decifrar, mas só de percorrer. Sim, porque este livro é uma TRAVESSIA. Não escrevo sobre você. Eu escrevo através de você.” Opa! O ontem está se repetindo?! O sentimento estranho volta aqui dentro. Que coincidência tinhosa, rapaz! A mesma palavra proferida ontem à noite, a mesma palavra que encerra um dos melhores livros jamais escritos por qualquer ser humano. A mesma canção...
E agora re-escutando o Desenredo volto ao G. Rosa. Acabo de descobrir que é um conto seu, vou ler agora.

Li. Que mundo é esse? Não posso escrever sequer mais uma...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013



19:40

Cheguei agora de Andrelândia. Estou no lugar onde nasci e começando a animar pro fim de semana, álcool: o prazer líquido que turva os sentidos!  

Agora: Dust From Misery - The Satellite Song

Uma de minhas preferidas deles!! Esse disco eu gastei de tanto ouvir viu!!! 

Ed Motta e Ricardo Silveira - The Red Blouse acabaram comigo. Sem mais...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Dolores



19:51

O Mauro não gostou nadinha de me ver fazendo os envelopes ouvindo bohren und der club of gore! Eles são ótimos, foram a trilha sonora perfeita pra tudo hoje. Levei a Rapha pra entrevista da creche, vamos ver o Antonio vai estudar lá ou no Colégio...

Agora: Egberto Gismonti - Lírica II [Pra mulher amada],

Esse rapaz, senhor hoje, nasceu para nos presentear, nos tirar desse chão raso!

Acabando a entrevista lá vamos na reinauguração do Rancho do Ibrain: Fabrício e Flavia! Alvimar, o sereno e boníssima persona, e talvez Jura e Regiane!

Fiquei triste em estar vivo a maior parte do dia. Mas passou. Estou pensando em criar alguns jogos literários com as filhas, amigos de (falta de) fé. De qualquer forma o projeto do teste cego está ganhando vida em minha mente diabólica: Stella é um sonho descendo pela minha garganta cansada de dizer coisas inúteis!

Ps: o Renzzo está estudando a bíblia! Acaba de postar mais um trecho, ou sei lá o que com a palavra da salvação! LSD...
Agora: Novos Baianos - Brasil Pandeiro

Quarta-feira 23/01/2013

Quarta-feira 23/01/2013


16:57

Experimentando novas bandas. Antonio dormindo no berço ao meu lado. Saí cedo, hoje o dia foi bem tranqüilo, ainda no caixa. Ta bom, dias assim valem a pena ficar lá. Ganhar mais, sem muito estresse... Estou testando trabalhar em alguns momentos de fones de ouvido, tem hora q dá. Hoje ouvi no banco, contando dinheiro, um pouco da alegre e descompromissada Andréia Dias no disco Pelos Trópicos.

Agora: Laranja Freak – Após o Bip e Sempre Livre

Bem legalzinho! Quem sabe, depois procuro se eles tem mais coisas.

Agora: Sala Espacial - Interlagos 75 e  Oscilator Island

Doido, diferente, bom som!

Agora: Lô Borges - Voce Fica Melhor Assim, O Caçador, Fio da Navalha

Guitarras muito boas, arranjos clubedaesquinianos!

Agora: Rita Lee - De pés no chão, Yo no creo pero e Ando Jururu

Não tinha escutado esse ainda. Parece ter o selo de qualidade Lee. Essa mulher é muiiito boa, mas não deixo de chorar pelos Mutantes, tá certo, é um defeito meu. Bom disco! Ótima passagem instrumental em Yo no creo pero. Tecladeira antiga, aquele bom humor e jeito travesso de cantar, tem balada tb.
Eu conhecia Mamãe natureza e a clássica Ando Jururu!!! Valeu a tarde! Círculo Vicioso é prog total! Massa! Obrigado deus da Música que ilumina toda treva!

Sim, vez ou outra volto a ser adolescente. Ou não, acho que vez ou outra eu me porto um pouco como adulto. Tenho a fonte da juventude, posso perder minha mulher, minha mãe desde que eu tenha o Rock ´n Roll! RS

Vou fazer alguma coisa...

22:01

Andei de bike com o Antonio, ele adora passar pelos quebra-molas, chamados por ele carinhosamente de mola-mola... Jantamos um bom mexido hoje. Em meio a jantas ruins de microondas esse mexidão no fogo, com molho inglês e tudo caiu bem!

Agora: Deep Purple - Bird Has Flown

Sempre bom! Até esse mais velhinho de 69...

Agora: Arnaldo Antunes - Carnaval

Pra mim mesmo diz tudo, nem preciso comentar!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

22:21



Ontem foi um dia de movimento intenso no banco, e eu no caixa. Deu pra cansar e muito: dor nas costas e no braço esquerdo. O trabalho faz o tempo passar rápido. Estou velho, preciso me exercitar, preciso dedicar tempo pra aproveitar melhor o tempo.
Ontem terminei de ler Os sofrimentos do jovem WERTHER, clássico de Goethe. Gostei muito. A história vai num crescendo até que o protagonista encontra a salvação: a morte. Como o tradutor descreve nos comentários, é uma busca pela completude, pelo absoluto, por uma plenitude que só pode ser encontrada no amor ou na natureza, ou em ambas. A busca por uma felicidade interminável é coisa nossa, mas só os protagonistas dos romances a encontram de algum modo, nós nos perdemos no meio do caminho, mudamos de rumo, sem rumo, sem saber o que esperar, o que querer... Werther sabia, teve a felicidade muito perto, mas... o impossível é que nos atrai:

* Antonio acaba de me interromper, queria ouvir musica, sente muitas cócegas quando tento aproximar dele os fones de ouvido, abriu a boca. - fecha a boca! Ri e se esquiva... - Fecha a boca... risos e cócegas: música é alimento mesmo! rs

"Dá-se com a distância o mesmo que com o futuro. Um horizonte imenso, misterioso, repousa diante de nossa alma; o sentimento nele mergulha como o nosso olhar, e desejamos, ah! como desejamos, entregar todo o nosso ser para nos consubstanciarmos num só, grande e magnífico sentimento... Mas, ah!, corremos, voamos, e quando lá chegamos, quando o longe se faz perto, nada se alterou, e nós encontramo-nos com nossas mesmas misérias, com os mesmos e estreitos limites, e de novo a nossa alma suspira pelo mesmo bálsamo que acaba de se esvair."

A loucura, o amor platônico, uma amizade e afinidade fortes, a prisão e os limites da nossa existência. Uma ótima estória, entrecruzando-se com a realidade.

"...Deus do céu! Arranjaste o destino dos homens de sorte que apenas possam ser felizes antes de alcançarem a razão ou depois de perdê-la! Pobre miserável! E contudo invejo-te a loucura, esse desarranjo dos sentidos em que te consomes! Sais cheio de esperanças a colher flores para a tua rainha... em pleno inverno... e afliges-te por não as encontrares, sem atinar por que não as encontras. E eu... Eu saio sem esperança, sem objetivo, e volto à casa como saí... Não sentes, não sentes que é em teu coração destroçado, em teu cérebro arruinado, que jaz tua miséria, da qual nem todos os reis da terra poderiam te libertar!" J.W. Goethe - Os sofrimentos do jovem Werther

Reflexões:
Mau humor
Loucura
Deus
Suicídio
Paixão


22:55

Estou sendo coadjuvante mais do que protagonista. Isso é estranho, viver é estranho.

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